sexta-feira, 15 de abril de 2011

O IDIOTA E A MOEDA


Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia.

Um pobre coitado, de pouca inteligência, vivia de pequenos biscates e esmolas. Diariamente eles chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: uma grande de 400 RÉIS e outra menor de 2.000 RÉIS. Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos.
Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos. 
- Eu sei, respondeu o tolo. "Ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha moeda". 
Podem-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa. 
A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.
A segunda: Quais eram os verdadeiros idiotas da história?
A terceira: Se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda. 
Mas a conclusão mais interessante é: A percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito. 
Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, quem realmente somos. 
O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente. 
Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação.
Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam... é problema deles.
Pense nisto!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Senhoras e senhores!

 Vocês já o conheciam pelas manchetes dos jornais, agora tremam ao ver com seus próprios olhos o mais raro e trágico dos mistérios da natureza: o ser-humano comum! Fisicamente ridículo, ele possui por outro lado uma deturpada visão de valores. Observem o seu repugnante senso de humanidade, a disforme consciência social e o asqueroso otimismo. É mesmo de dar náuseas, não? O mais ridículo de tudo são suas frágeis noções de ordem e sanidade. Se for submetido a muita pressão... ele quebra! Então como ele faz pra viver? Como esse pobre e patético espécime sobrevive ao mundo cruel e irracional de hoje? A resposta é "não muito bem". Frente ao inegável fato de que a existência humana é louca, casual e sem finalidade, um em cada oito deles fica piradinho! E quem pode culpá-los? Num mundo psicótico como este... Qualquer outra reação seria loucura!



sábado, 2 de abril de 2011

POIS ÉÉ!!!!




Ninguém está isento de passar pela dor da traição. Se até Cristo foi traído por um dos seus próprios discípulos, quanto mais nós, meros mortais tão distantes da divindade. 

Contudo, uma coisa para a qual não atinamos é que por muitas vezes traímos a nós mesmos: Prometemos coisas que sabemos que não seremos capazes de cumprir, traímos nossos princípios, nossa crença, nosso código de conduta, nossas convicções: Nãoprecisava ser assim

Por muitas vezes reclamamos do outro, e nos fazemos vítimas por termos tido nossa confiança traída, nossos sentimentos desprezados e nosso investimento perdido. Contudo, eu acredito que não estamos livres de ter a infelicidade de acabar decepcionando ou frustrando as expectativas de um outro alguém. Sejamos justos.

O sol nasce pra todos, mas a chuva também vem para todos nós. Justificativasservem para erros, e não para acertos, mas o que ignoramos é que a noção de erro ou acerto vai depender de quem avalia. Já tomei decisões na vida que soaram como errada aos ouvidos das pessoas que consultei. Traidor da pátria ou Herói nacional? Que o diga Tiradentes.

É preciso muita humildade pra abandonar um princípio, ou até mesmo "trair" a uma convicção, a uma liderança, ou  a uma opinião formada,  ao se confrontar com a verdade. Aprendi que tudo é relativo, mas que escolhemos ter alguns valores absolutos, e estes nos definem. Traí-los é como sermos outra pessoa, mas as pessoas mudam. Que dilema.

Infidelidade, traição, quebra de decoro... Mudar de caminho, de opinião e de pensamento pode soar como todos estes substantivos,  mas somente quem o faz é que sabe se trata-se de uma  traição ou de uma mudança de postura, sendo que um é para o mal e mágoa, outro para o bem e progresso. De fato, a ótica da verdade e seu vislumbre dependem do ângulo , da iluminação e do material utilizado. Quem foi que disse que ia ser fácil?


Hebert Neri

A FÓRMULA DA HIPOCRISIA: Coar mosquitos e engolir camelos



Fábula: 
 Gafanhoto estressado e a Aranha bem-intencionada.
 Cena um: O Gafanhoto tenta convencer a Aranha de que um colega de trabalho dos dois, o Camaleão, é um hipócrita de carteirinha.
 - Esse Camaleão é um fingido, Aranha. Sempre mudando de cor conforme a ocasião.
 - Mas essa não seria só a natureza dele, Gafanhoto? Ele não foi criado desse jeito?
 - Nada! Antigamente, ele fazia o mesmo que nós, dava duro para ganhar a vida. Depois, virou esse artista em tempo integral, sempre escondido atrás de disfarces e artimanhas.
 - Mas por que ele faria isso?
 - Para tirar proveito da situação. Ele fica ali, na moita, com aquela cara inofensiva, mas, na primeira oportunidade, abocanha os descuidados.
 - Puxa, é verdade. Eu que passo horas tecendo a minha teia, no maior capricho…
 - E eu, que fico pulando de um lado para outro sem parar? É por isso que vivo estressado. Se me distraio, o Camaleão solta a língua e me pega.
 - É mesmo. Se você não me abre os oito olhos, eu nunca teria pensado nisso.
 - Por que você é singela e bem-intencionada. Sabe como chama o que o Camaleão está fazendo? Competição desleal no local de trabalho!
 - Faz sentido. Você é um sábio, Gafanhoto.
 - Obrigado, Aranha. Mas o ponto é que não podemos, nunca, confiar no Camaleão.
 - Será que não haveria um jeito de neutralizá-lo?
 - Bom, para nosso benefício mútuo, eu acho que tenho um plano infalível.
 - Tem? – Perguntou o gafanhoto.
 - Tenho. Escute.
 Cena dois: o Gafanhoto se aproxima para escutar o plano da aranha. E se enrosca na teia. Imediatamente, ela o pica e começa a embrulhá-lo para o almoço.
 - O que você está fazendo, Aranha? Nós não somos colegas e parceiros?
  - Não leve a mal, meu caro Gafanhoto, mas essa é a lei aqui da selva: boa intenção é uma coisa e prioridade pessoal é outra…
O mundo é dos hipócritas!
 Essa fábula faz-me lembrar dos hipócritas. Eles estão por todas as partes do globo. Nesse momento eles podem “devorando gafanhotos”; dirigindo veículos; fazendo comícios; escrevendo livros; administrando empresas etc...
Na maioria das vezes ela tenta se esconder. A discrição, aliás, é uma de suas características marcantes, ao lado da falta de vergonha e da esperteza. Basta, porém, somente uma frase ou um ato para ela surgir. Com aparência de quem roubou o doce de uma criança ou empurrou um bêbado ladeira abaixo, ela surge com as “mãos sujas” dizendo: “não fiz nada de errado!”.
 James Spiegel diz que “quase diariamente, reportagens sobre a hipocrisia são transmitidas na mídia. Políticos respeitados são acusados de negociações obscuras. Ícones do esporte e do showbusiness são detidos por posse de drogas. Líderes religiosos confessam ter relações sexuais fora do casamento ou contra as determinações da igreja. Estamos todos bem familiarizados com os inúmeros casos de personalidades que recentemente se tornaram sinônimos de hipocrisia. Esse fenômeno, porém, nada tem de novo. Toda era teve seus hipócritas.”

Valmir Nascimento.